domingo, 14 de fevereiro de 2010

Consanguinidade.... Uma faca de dois gumes?!?




Amigos, quero compartilhar com todos aqui uma experiência que eu tive sobre a consanguinidade, os prós e os contras da aplicação dessa técnica de acasalamento que é vital para a evolução da canaricultura de cor nas ultimas decadas.

Como alguns devem saber, classifiquei durante algum tempo alguns exemplares de VD MS tanto nos MC como em FM. Mas os machos eram, modestia a parte, dignos de serem vistos. Lindos, negros, brilhantes e com um desenho fortíssimo. Posso até me arriscar em dizer que foi no meu modesto criadouro que nasceram uma evolução nessa cor já vistos. A envoltura somada a grande carga melanica, nasceu aqui também, um belissimo macho que foi vice campeão brasileiro individual no CB de 2006. Vou ainda mais além, ele só não sagrou-se campeão devido a sua própria evolução e eu explico porque: Era um exemplar único, muito negro e brilhante, com uma envoltura fenomenal e bela categoria, porém foi, justamente com esse exemplar, que a parte "ruim" da consanguinidade começou a mostrar as garras. Ele possuia um fundo negro, somada a eumelanina forte e desenho largo, e exatamente essa caracteristica que o deixava "diferente" de tudo que se havia visto ultimamente tirou-lhe o titulo.. Ele não conseguia contrastar o desenho, pois era preto em fundo preto!!

Minha maravilhosa historia com os verdes mosaico, cor que eu sempre fui apaixonado e isso desde 1996 quando tive o meu primeiro casal (longe dos ultimos em qualidade), começou com um casal cedidos pelo Blasina que com grande mérito foi o responsável por apresentar os primeiros exemplares negros e limpos.

E com esse casal foram gerados belos exemplares classificados nos CB de 2003 até 2006. Uma escalada forte. E a consanguinidade foi sendo usada cada vez mais e mais.
O melhor macho com as melhores femeas, todos vindos da mesma base, o referido casal. Sempre um macho apenas.
Até que a partir do ano de cria de 2006, depois de me sagrar campeão brasileiro de quartetos nos machos, vice no quarteto de femeas além de segundo e terceiro no individual nos machos, os canários foram ficando dificeis de criar.
As femeas começaram a botar desreguladamente, quando botavam bem, não chocavam, quando chocavam os ovos não eclodiam e quando eclodiam os filhotes não vingavam nem com amas seca.
Alguns exemplares cedidos a outros criadouros criavam bem e normalmente e isso me deixava completamente intrigado. Porque na casa dos outros eles criam normalmente e aqui em casa não mais???? Só pode ter uma explicação!! A consanguinidade!!!
Esse ano de 2009 fiz um teste. Consegui um belo macho da criação do Fernando Teixeira, que eu agradeço publicamente por me ceder um macho da qualidade daquele, e coloquei nas minhas melhores femeas... O resultado foi bem melhor que eu esperava. Nasceram 15 bichos muito bons!
Agora o negocio é fazer um planejamento eficiente para não cair no mesmo erro de fechar o sangue tão estreitamente e logo os resultados começarem a escorrer pelas mãos.
Ainda estou um pouco longe dos louros das épocas passadas na minha opinião, mas pretendo chegar la em pouco tempo e voltar a incomodar os grande criadores....

Postei acima algumas fotos tiradas dos bichos ainda em fase de muda para compartilhar com todos os resultados.
Talvez o choque de sangue, fez com que os bichos revigorassem.

Minha vida na canaricultura foi sempre movida a desafios e eu realmente gosto deles. Sempre um trabalho de evolução e muito estudo sobre as cores que eu me propus a criar.
Agora, lá vamos nós com mais um!!

Um forte abraço a todos, boa sorte e um ótimo carnaval!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Para refletir tecnicamente....

Amigos..

Já tem algum tempo em que eu verifico alguns canários que se classificaram nos campeonatos brasileiros, principalmente nos oxidados e uma caracteristica deles me chamou a atenção.

Um plumagem que mostra um aspecto "aveludado" e que mostra uma envoltura maior.
Anteriormente eu pensei se uma cobertura feomelanica, porém ao analisar alguns canarios que nasceram aqui em casa nos CN PR DO, pude perceber essa caracteristica e precisaria de uma analise mais profunda para ter certeza de que, realmente, se trata de feomelanina.

Historicamente a feomelanina, marrom, se deposita na extremidade das penas e dependendo da área ocupada por ela na pena e da superposição da plumagem, torna-se mais complicado verificar a eumelanina e o lipocromo de maneira clara. Visto que a eumelanina se deposita no centro da pena e o lipocromo na parte intermediaria, ou seja, entre a eumelanina e a feomelanina.
Até levantei uma hipótese de se tratar de uma "nova" feomelanina, de maneira mais especial e que se bem trabalhada pode auxiliar no fenotipo dos canarios deixando-os mais envoltos e portanto melhores, mas agora podendo olhar diariamente pra eles, não sei se estou certo. Pelo menos não nesses bichos e nesse aspecto de envoltura que aconteceram dentro do meu canaril.

O título dessa postagem é exatamente para reflexão e aceito qualquer comentário a respeito e coloco em discução propriamente dita para que nós, pequenos criadores, possamos evoluir tecnicamente nos nossos plantéis.
A minha opinião pessoal é que eu ainda aposto na feomelanina, visto que nas femeas essa feomelanina é bem maior e se "mostra" mais abertamente que nos machos. E as femeas não possuem esse aspecto aveludado tão evidente quanto eles.
O meu trabalho agora vai ser o de tentar transferir essa caracteristica para as outras cores de fundo a que me proponho criar, que são os amarelos mosaico, marfins mosaico e os vermelhos mosaico.
Vamos ver o resultado.
E vou tentar colocar aqui as minhas evoluções dentro desse estudo e compartilhar com todos as minhas experiencias.
Um forte abraço e boa sorte!!